quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pescarias no Velho Rio da Ponte - Potiribú

Entre as muitas vezes que pescamos no Potiribú, em uma delas pressentíamos que não pescaríamos nada por conta de uma babaquice minha. Entre a curva abaixo da Usina Velha e a curva da Corsan/Clube de Caça e Pesca, existe um trecho reto de aproximadamente duzentos metros em declive acentuado. Pois bem sempre pensávamos em melhorar os equipamentos de pesca, que até então resumiam-se nas linhas de pesca de fundo e alguns caniços de bambu, nada mais. O Samo como financiador das mesmas, resolveu comprar material e fazer um espinhel. O espinhel para quem não sabe, é uma linha mais grossa, chamada maromba, com linhas de náilon pequenas presas à mesma e com empates de metal e anzóis na ponta. Sabíamos vagamente como colocar em operação dito apetrecho. Depois de muitas conversas, optamos por iscá-lo por completo, enrolá-lo em laçadas e um ficaria municiando o outro com o desenrolar do mesmo. Isso acertado, decidimos o lugar em que iríamos armá-lo e começamos a operação. Fiquei na barranca com as laçadas no braço, servindo ao meu irmão, que com água pela cintura, na corredeira, ia puxando o espinhel. Ia tudo muito bem, conforme o planejado, quando uns anzóis enroscaram-se noutros e começou a anoitecer. Não enxergando direito, a lambança só aumentou. Para complicar, uma chuva fraca, mas persistente, começou a cair. Brigando muito comigo, o mano resolveu deixar por isso mesmo. Lançou uma pedra na ponta do espinhel como âncora. Colocou mais uma sobre o meio e jogamos a maçaroca para dentro d'água, amarrando a ponte em um sarandi.
Para complicar, não dava para dormir na casa, pois quem estava de plantão, trouxe a família junto e não tinha lugar para nós. Dormimos na casa de máquinas, no quentinho.
No outro dia, quando acordamos, por conta da vibração dos motores, perdemos o controle sobre o nosso equilíbrio, tivemos que fazer uma "quarentena" sentados para só depois levantar fazer um café e ir olhar o estrago que fizemos.
Com tudo embolado, não esperávamos grandes coisas mas, surpresa! o Espinhel estava coalhado de jundiás,  de bom porte, inclusive no bolo perto da margem! Ao voltar para a cidade com três fieiras vistosas eramos inquiridos onde tínhamos pescado tanto. Não acreditavam que era no nosso Rio da Ponte. Como as autoridades também e permitiram o massacre dos peixes pelo laticínio instalado nas margens dele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário