O Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Pró-Sinos) deve encerrar no início da tarde deste sábado a remoção de milhares de peixes do trecho mais poluído, entre a foz dos arroios Portão e João Corrêa, em São Leopoldo, ao manancial na Prainha, em Sapiranga, distante 18 quilômetros. A medida foi tomada devido à qualidade da água, que atingiu níveis críticos em São Leopoldo.
A Operação Piracema faz a transposição através da captura com uma rede e transporte em um caminhão com cinco mil litros de água, com auxílio da Brigada Militar, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros. As principais espécies transportadas são mandinho e voga (o mais sensível à falta de oxigenação).
Na manhã de sábado, o oxigênio dissolvido na água estava próximo de zero – o mínimo para garantir a vida dos peixes é de 2 mg/l, segundo o técnico Mauricio Prass. A condutividade estava em 205 microsiemens por centímetro (µS/cm), sendo que o máximo aceitável é 80 µS/cm – o que demonstra presença de metais pesados. A temperatura da água, que não deve ultrapassar os 20°C, estava em 25°C, com tendência a aumentar ao longo do dia. "Os peixes estão morrendo lentamente, mas em grande quantidade. Não acumula porque as garças os comem", alerta o diretor-executivo do Pró-Sinos, Julio Dorneles, reforçando que os índices medidos lembram um arroio poluído.
De acordo com Dorneles, o número de peixes transportados deve superar a expectativa inicial de quatro mil animais e chegar até a seis mil, já que eles são menores do que o esperado. Além de a qualidade da água ser melhor em Sapiranga, na área os técnicos podem garantir que os peixes conseguirão subir para as regiões mais limpas, onde conseguem se reproduzir.
Fonte: Correio do Povo
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